Tokenização e suas oportunidades, tendências, características e futuro foram o tema central da conversa entre Giuliana Cestaro, diretora de Produtos e-commerce da Fiserv América Latina, e Leandro Garcia, diretor de Soluções da Visa do Brasil e atual responsável pela área de Tokenização para o E-commerce Brasil.
A tokenização de bandeira é um padrão global e a ideia é que no cartão de crédito, a exemplo da bandeira Visa, (principalmente no e-commerce) tenha o seu número removido e colocado outro no lugar, um token exclusivo. Ou seja, um código identificador digital exclusivo para a loja virtual, aleatório e temporário é gerado para proteger dados sensíveis.
De acordo com Leandro Garcia, os benefícios da tokenização são: aumento de segurança, pois quando você gera um número exclusivo, inclui camadas de segurança e o emissor sabe que foi utilizado; há uma maior taxa de aprovação nos pagamentos; aumento da aceitação de cartões de débito no e-commerce; para pagamentos recorrentes traz a tokenização com troca automática dos dados do cartão (account updater) -“Toda vez que o emissor (instituição financeira – banco) trocar o cartão, ele notifica a Visa, que comunica o varejo. Isso tem um impacto direto na conversão de vendas e aumento da segurança”.
Leandro conta que a tokenização começou há quatro anos no Brasil, com foco em serviços de streaming, que são serviços que têm pagamentos recorrentes. Hoje em dia, não é só para o grande player, todos os tamanhos de estabelecimentos podem se beneficiar com a tokenização. Existem provedores que não estão usando só na compra recorrente, pois se têm uma melhor taxa de conversão e uma maior probabilidade de aprovação. Uma das vantagens da tokenização é a redução de fraude, visto que, no momento que o cartão é tokenizado ele passa por todo um processo de segurança, da bandeira, do banco emissor, a chance de ser contestado é muito baixa.
Já Giuliana conta que a Fiserv está presente nesse processo de tokenização, que traz outros benefícios e aplicações, o que inclui a possibilidade de o varejo ver seu cliente como único, independente do canal utilizado pelo varejista e, principalmente, incrementar a jornada de compra, fazendo da experiência de pagamento algo mais “imperceptível”.
O token bandeira possibilita uma experiência de pagamento digital mais segura porque substitui o número do cartão por um número alternativo, chamado de DPAN (Dynamic Primary Account Number), e um criptograma que serve de token e é gerado pela bandeira do cartão junto ao banco emissor. Esse mecanismo cria um processo de substituição de dados sensíveis do cartão do portador por toda cadeia de pagamento, mitigando o risco de comprometimento da informação. Os token bandeira são válidos somente para uso do estabelecimento comercial que cadastrou o token e, se vazados, não são possíveis de serem utilizados para realizar novas vendas. Essa ferramenta está se tornando uma maneira eficaz de cumprir a promessa de um processo de pagamento mais transparente e seguro, ao mesmo tempo em que alcança melhores taxas de aprovação para os gestores do e-commerce.
Ainda sobre o futuro da tokenização, Leandro afirma que o básico será a digitalização de todo o ecossistema. “A ideia é empoderar mais o usuário: ela entra no app do banco e gera o token. Ele terá mais poder de decisão”. Segundo o especialista, será uma via de mão dupla. Vale conferir o bate-papo.