
Lançado em novembro de 2020 pelo Branco Central, o Pix, sistema de pagamento instantâneo brasileiro, tem contribuído para o aumento do número de pessoas bancarizadas. E hoje em dia são mais de 577 milhões de chaves cadastradas. Mas não é só no Brasil que existe o pagamento instantâneo. Índia, China, Reino Unido, Austrália e Estados Unidos, entre outros países, já utilizam métodos de pagamentos semelhantes. Mas essa praticidade, no âmbito internacional, ainda não existe.
Na verdade, um sistema de transferências instantâneas já está em teste, batizado de Nexus, uma espécie de Pix internacional, conectando mais de 60 países que já disponibilizam algum tipo de sistema de pagamento instantâneo. O Bank Of International Settlements (Banco de Compensações Internacionais - BIS), responsável pelo monitoramento bancário internacional, anunciou no finalzinho de 2022 que o sistema havia saído da fase conceitual para a de prova de conceito.
Nesta etapa atual, o Nexus conecta sistemas de Cingapura, da Malásia e da Zona do Euro, esta última representada pelo Banco da Itália, processando pagamentos simulados, não existentes. Segundo o Departamento de Competição e de Estrutura do Mercado Financeiro do Banco Central do Brasil (BC), o Pix internacional tem previsão para entre 2024 e 2025.
Como funcionará na prática
Ao unir a infraestrutura de processamento de pagamento de diversos bancos centrais ao redor do mundo, o Nexus busca agilizar o processo de transação entre pessoas físicas para transferências internacionais, possibilitando o envio de dinheiro entre países em menos de um minuto. O plano prevê que esses bancos gestores conectem seus sistemas à plataforma e, posteriormente, cada instituição financeira poderá aderir ao serviço e oferecê-lo aos seus clientes.
A integração dos sistemas de pagamentos seria feita por meio de APIs (conjunto de funções e procedimentos que permitem a integração de sistemas), que tratarão das informações relativas às transações (conta de origem e de destino, nome do beneficiário, taxas de câmbio, entre outras). Tudo isso de forma tokenizada, garantindo a segurança dos dados dessas transações.
Na prática, o usuário só precisará abrir o aplicativo do seu próprio banco e realizar a transação, como acontece com o Pix. Isso facilitará a vida de pessoas que vivem no exterior e prestam serviços no Brasil ou que vivem fora, mas mantém uma conta brasileira, por exemplo. E mais ainda as transferências de recursos entre empresas, que passarão a ocorrer em tempo real, impulsionando as transações comerciais internacionais e reduzindo operações de garantia.
Por enquanto, o Nexus tem de enfrentar três desafios: as diferenças de câmbio entre moedas, a checagem de informações para evitar pagamentos ilícitos e as diferentes linguagens dos sistemas de pagamentos dos países ao redor mundo. O projeto prevê que a plataforma Nexus consiga realizar essa conversão de forma automática, sem que o usuário precise se preocupar com isso.
Muitas outras informações devem ser liberadas nos próximos meses pelo BIS, entre elas como serão definidos os custos da plataforma para os bancos e usuários finais. Seguimos acompanhando os próximos passos dessa inovação, torcendo para quebrar barreiras das transações internacionais e para que elas se tornem cada vez mais simplificadas.
Siga a Fiserv no LinkedIn, Twitter e Facebook para acompanhar as tendências do setor de meios de pagamento e conheça nossos produtos e serviços.