
Este ano promete muitas mudanças no setor de meios eletrônicos de pagamento – e, ao que se acredita, numa velocidade impressionante. Passando pelo débito sem senha, click to pay e BR Code, será necessário estar atento e já ir se preparando para absorvê-las. Porque o consumidor, se seguir o que observamos no recente histórico do país, será bem rápido em adotá-las, de acordo com a sua conveniência.
Reunimos aqui algumas dessas principais inovações, bem como pontos importantes que estão sendo discutidos pela indústria, para ajudá-los a entender melhor o cenário do amanhã.
Meios de pagamento eletrônicos devem ser para todos
Além do Pix, o favorito dos brasileiros, carteiras digitais e pagamentos por QR Code e por aproximação (NFC) também são promissores meios de pagamento que o consumidor pretende usar. A pesquisa Carat Insights - Tendências dos Meios de Pagamento para 2023 mostra que 76% dos brasileiros têm a intenção de pagar compras e serviços este ano usando carteiras digitais; 75%, usando QR Code; e 68%, aproximando o celular ou smartwatch das maquininhas.
Mas existe um detalhe que ainda precisa ser bastante discutido antes de eles se popularizarem definitivamente: nem todo brasileiro tem acesso à tecnologia necessária para usar essas formas de pagamento. Muitos smartphones, por exemplo, não oferecem chip NFC, não estão conectados a carteiras digitais, tampouco possuem o protocolo de comunicação que permite redirecionar o cliente para o aplicativo do banco a partir de um QR Code – principalmente nos modelos que atendem às camadas mais baixas da população.
Em termos de variedade na oferta de meios de pagamento, “o consumidor ‘precisa’ até do que ele não sabe o que é”. A frase, dita por Estanislau Bassols, presidente da Cielo, no Abecs CMEP 2023, parece ser consenso em um mercado conhecido por adotar inovações tecnológicas financeiras muito mais rápido que a grande maioria dos países, competindo apenas com China e Índia.
Pela primeira vez, os principais bancos emissores de cartão e as principais bandeiras decidiram se reunir, em torno da Abecs, para encontrar as respostas para essas necessidades juntos, em soluções agnósticas para beneficiar toda a cadeia, incluindo emissores, adquirentes e credenciadores. Segundo este grupo, são elas:
Débito sem senha
Apesar de seu amplo uso no mundo offline, são raros os e-commerces que oferecem débito entre as opções de pagamento. A ideia é replicar no ambiente virtual a mesma experiência rápida, segura e sem fricção que o consumidor tem na compra contactless em lojas físicas.
A princípio, o débito sem senha no online deve seguir o mesmo limite de valor do offline (até 300 reais, dependendo do banco e do perfil do cliente), com aprovação do emissor do cartão. As lojas precisam do certificado de ambiente seguro, não podem ter sofrido tentativas de fraudes em três meses e precisarão seguir uma série de regras de segurança que serão padronizadas pelo setor. Estão previstos chargeback (para proteção de compras não entregues ou entregues e não pagas) e inclusão em programas de pontos e milhagem.
Click to pay
A partir de maio, devemos começar a ver a comunicação oficial sobre a modalidade click to pay para débito e crédito na qual o cliente final e as lojas precisarão cadastrar suas credenciais de pagamento apenas uma vez – um repositório de dados tokenizados único cuidará para que as informações necessárias para uma compra sejam importados, atualizadas e de forma segura, no momento do pagamento, a exemplo do que acontece hoje quando você paga um Pix (pela chave, não é necessário que seu banco busque as informações da conta recebedora, por exemplo).
Nesta modalidade, o cliente vai passar por um processo de autenticação em sua primeira compra via click to pay e, segundo as empresas, não precisará nunca mais digitar sua senha ou código de segurança, mesmo que compre em outra loja, desde que seja utilizando o mesmo cartão.
A Abecs acredita que esse meio de pagamento trará maior segurança a consumidores e varejistas e deve aumentar exponencialmente as vendas, principalmente as por impulso, porque o consumidor não terá mais que passar por várias etapas para concluir a transação.
BR Code
O último projeto em conjunto sendo desenvolvido pela indústria é a criação de um padrão de QR code para pagamentos, que deve se chamar BR Code. Hoje em dia, muitas soluções são proprietárias e isso não é um problema, mas a intenção é criar uma solução única que beneficie principalmente o consumidor que quer pagar pelo celular, mas não possui tecnologia NFC.
A iniciativa foi inspirada em uma dificuldade que muitos negócios encontraram quando o chip começou a ser embutido nos cartões de crédito – não havia um padrão, e nem toda maquininha era compatível com todos os chips.
A padronização prevê uma estrutura robusta de back-end para que possa ser amplamente usado em carteiras digitais, e-commerce e até boletos. Segundo a Abecs, o BR Code poderá gerar uma captura incremental de 80 bilhões de reais para o mercado.
A Fiserv está atenta e pronta para ajudar seu negócio a ganhar mais quando as novas modalidades forem implementadas.
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